A comovente luta de uma Rondoniense que passou mal em academia, descobriu câncer e vem enfrentando a doença “com bravura”
Quem vê as publicações otimistas e as fotos sorridentes publicadas nas redes sociais pela contabilista Nicole Korb, que passou a vida inteira em Vilhena, e há 6 meses reside em Ariquemes, não faz ideia da luta que ela enfrenta desde que foi diagnosticada com câncer.
Gentil, a profissional de 30 anos (que aparenta ter bem menos) aceitou conversar com o FOLHA DO SUL ON LINE sobre todas as batalhas que se seguiram após ela sentir dores no peito e falta de ar na academia onde começou a passar mal, em Vilhena.
O médico que a consultou na UPA pediu um raio x e desconfiou de pneumotórax, que é quando tem ar fora da cavidade do pulmão. “Um dos meus pulmões não estava expandindo corretamente, então eu fiz a tomografia e deu uma massa muito grande no tórax”, conta Nicole.
Depois de passar por um oncologista, no dia 1º de abril, e com a tomografia em mãos, a vilhenense foi internada no dia 6 do mesmo mês no Hospital de Base de Porto Velho. “Como a massa já estava muito grande, fui internada às pressas”, relembra.
Uma semana após a internação, Nicole fez uma cirurgia de peito aberto, que é quando os médicos cortam o osso do esterno e abrem toda a caixa torácica da paciente.
“Eles abriram para ver como estava e para retirar material para biópsia. Não foi possível retirar parte do tumor, porque ele estava em volta do coração, das veias e das artérias principais, e já tinha colapsado um dos pulmões. Deu derrame pleural e estava envolvendo os órgãos vitais, então só foi retirado o material para biópsia”, explica a profissional liberal.
“A biópsia demorou 20 dias para chegar, e foi ela que diagnosticou o câncer, que no meu caso é o Linfoma de Hodgkin, um tipo de câncer sanguíneo, que afeta o sistema linfático e o sistema de defesa do organismo”, revela a paciente.
Nicole começou a quimioterapia um mês depois da cirurgia, e é a quimioterapia vermelha. O hematologista passou seis ciclos de quimioterapia, que somam 12 aplicações, uma a cada 14 dias; então a cada 14 dias, a vilhenense vai para Porto Velho e faz o procedimento no Instituto São Pellegrino.
“Eu fiz a sexta aplicação há alguns dias e o final do meu tratamento está previsto para o início de 2026”, conta a entrevistada, que decidiu, seis meses atrás, ir morar com o pai em Ariquemes.
Perguntada pelo FOLHA DO SUL ON LINE sobre que tipo de mensagem deixaria para quem enfrenta a mesma situação, Nicole aconselhou: “que as pessoas procurem ajuda logo nos primeiros sintomas, porque quando você espera muito tempo é mais difícil de curar. Eu ignorei os sintomas por quase dois anos, e o tumor chegou a 20 centímetros; se eu tivesse procurado ajuda antes, seria bem mais fácil”
Questionada sobre a perda de cabelos, causada pelas sessões de quimio, a entrevistada respondeu: “para mim foi bem tranquilo, as dores da quimioterapia é que me prejudicam mais. Quanto à imagem pessoal, eu não ligo tanto”.
Sem filhos, mas sendo uma boa filha, Nicole diz que a mãe a convenceu a aceitar o tratamento, do qual ela penou em desistir. “Porque é um tratamento muito doloroso, e aliado a minha depressão, tem sido muito complicado”.
“O que me fez aceitar o tratamento foi a minha mãe, porque eu não gostaria que ela tivesse que enterrar uma filha”, finaliza a entrevistada, que até o ano que vem continuará lutando contra a doença.
Fonte: Folha do Sul