O vereador Thiago Tezzari, de Porto Velho, se manifestou nesta sexta-feira (10) após ser alvo da Operação Face Oculta, deflagrada pela Polícia Civil de Rondônia, e negou as acusações de corrupção. Em sua defesa, o parlamentar alegou ser vítima de uma “vingança pessoal” de um ex-companheiro de jornada, que estaria usando o aparato estatal para promover um “assassinato de reputações”.
A operação, coordenada pela 2ª Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco2) e pelo Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (DECCO), investiga o vereador por suspeita de crimes como associação criminosa, peculato (rachadinha) e lavagem de capitais. Como resultado da ação, o parlamentar e seus assessores foram afastados imediatamente de suas funções por 30 dias.
Defesa do parlamentar
O vereador Tezzari afirmou que está 100% à disposição para esclarecer os fatos e reiterou seu apreço pelo trabalho do Ministério Público (GAECO) e da Polícia Civil. Ele sustenta que a denúncia partiu de um ex-aliado que nunca o perdoou por tê-lo ajudado a tentar internar em uma clínica de dependentes químicos.
Ao rebater as acusações, Tezzari ironizou a prática de rachadinha, dizendo que “tem rachadinha sim, minha, pros meus assessores, eu complemento o salário deles”. Sobre a acusação de funcionário fantasma, ele desafiou a entrada no gabinete, garantindo ser o mais ativo da Câmara, com mais de sete funcionários, trabalhando em três turnos.
O vereador declarou ainda acreditar que a Polícia foi induzida ao erro pela denúncia, mas confia que a investigação comprovará sua inocência, citando uma experiência anterior em que foi investigado e elogiado posteriormente pelas autoridades. Ele ressaltou ainda sua vida simples, afirmando que vive de salário, mora na casa do sogro há 20 anos e tem apenas um carro financiado. Detalhes da Operação Face Oculta
A Polícia Civil de Rondônia detalhou que a investigação foi iniciada a partir de levantamento de informações, oitivas e análise de comprovantes bancários. A Operação cumpriu 26 mandados de busca e apreensão nas residências dos investigados e no gabinete do vereador em Porto Velho.
Além do afastamento do parlamentar, duas prisões em flagrante foram realizadas durante o cumprimento dos mandados: uma por posse ilegal de arma de fogo e outra por fraude processual, envolvendo um assessor que tentou esconder o celular da esposa, que também era alvo da busca.
A Polícia Civil informou que a fase ostensiva é a segunda etapa da investigação. A próxima fase envolverá a perícia dos dispositivos eletrônicos apreendidos e a análise do material coletado. Os delegados garantiram que a decisão judicial de quebra de sigilo e os mandados de busca são lastreados em elementos mínimos de informação e têm fundamento legal.