
Um rapaz de 21 anos, identificado como Victor Hugo Oliveira da Silva (NO DETALHE), que pilotou a motocicleta para o policial militar Raylton Mourão matar a tiros a personal trainer Rozeli da Costa Sousa Nunes, disse em depoimento à polícia, na manhã desta quarta-feira (1º), que achou que tinha sido contratado para um serviço de capinagem.
O Crime aconteceu no dia 11 de setembro. A vítima foi assassinada por volta das 6h, quando estava saindo de casa para ir trabalhar, no bairro Cohab Canelas, em Várzea Grande (MT). De acordo com o delegado Bruno Abreu, responsável pelo caso, somente às 4h Victor teria percebido que algo ruim iria acontecer.
“O Raylton, um dia antes do crime, foi lá e disse: preciso de você amanhã pra fazer um serviço pra mim. Nas palavras do Victor, ele entendeu que seria um serviço de capinagem, porque o Victor já trabalhava com ele”, disse o delegado.
Quando foi 4h da manhã ele entendeu que não tinha capinagem nenhuma e ele já teria entendido ali que alguma coisa de ruim iria acontecer. Ainda de acordo com o delegado, Victor disse durante depoimento que Raylton ordenou que ele emparelhasse a moto no carro de Rozeli, quando ela saía de casa e, naquele momento, é que ele percebeu que o PM ia matar a mulher.
Imagens do momento da execução foram divulgadas pela polícia mato-grossense e o FOLHA DO SUL ON LINE recebeu o vídeo que mostra o atirador disparando com o carro da vítima em movimento.
Bruno Abreu chegou a questionar o piloto, dizendo que ele tinha o livre arbítrio para parar a moto e evitar o assassinato, momento em que Victor respondeu: “poderia, mas continuei, porque o Raylton com certeza ia me dar um tiro se eu parasse ali”. “Decidi continuar com medo de morrer”, completou. Naquele dia, Raylton Mourão deu seis tiros em Rozeli Nunes, que morreu na hora.
Em seguida, Victor arrancou a moto e Raylton o deixou a cerca de três quadras do local do crime. O PM seguiu com a motocicleta, a abandonou pouco depois e foi a pé para casa. Depois disso, passou 10 dias foragido, se entregou à polícia e está preso no Batalhão da Força Tática, no bairro CPA II, em Cuiabá.
Ele foi preso pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), nessa terça-feira (30), tentando fugir para Cáceres (218 km de Cuiabá). O piloto prestou depoimento na Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) nesta manhã.
À imprensa, Bruno Abreu reiterou que o crime foi cometido por motivo fútil, que é uma ação judicial movida por Rozeli devido a um acidente de trânsito, que aconteceu em março deste ano, envolvendo o carro dela e um caminhão da empresa Reizinho Água Potável, de propriedade de Raylton.
A personal pedia cerca de R$24 mil a título de danos morais e materiais. O PM foi informado da ação no dia 21 de agosto e uma audiência de conciliação estava marcada para acontecer no dia 16 de setembro.
Cinco dias antes Rozeli foi assassinada. A vítima deixou marido e duas filhas menores de idade.
“Não teria motivo nenhum pra matar essa pessoa, ele poderia ter esperado a audiência pra ver o que iria acontecer. Lamentável o que aconteceu”, disse o delegado.
Fonte: Repórter MT