Táticas de guerrilha. Armamento pesado, incluindo balas de calibre 7,62, de uso exclusivo das Forças Armadas em tempos de guerra. Guaritas para vigilância, com gente armada no alto de árvores. Obstáculos de vários tipos, inclusive troncos enormes, impedindo a chegada de veículos. Reação às ordens policiais. Embora ainda não seja oficialmente reconhecida como um grupo terrorista, a famigerada Liga dos Camponeses Pobres (LCP) voltou a atacar em Rondônia e, desta vez, se deu mal. Depois de uma invasão armada a uma fazenda na região de Machadinho do Oeste, a PM foi acionada e, no confronto com os bandidos, um deles foi baleado e morto.
E quem é o criminoso que perdeu a vida? Foragido, condenado a dez anos de cadeia por sequestro e vários outros crimes e, ainda, membro do Comando Vermelho, uma das facções violentas que dominam várias áreas em Rondônia e na Amazônia. Desde quando a LCP atacou a fazenda, usando vários tipos de armamentos, a maioria deles pesados, a PM, através da sua Inteligência, começou a analisar qual a melhor forma de resolver o caso e fazer a desocupação.
Num vídeo que bombou nas redes sociais, o comandante da PM, coronel Régis Braguin, explicou o confronto e afirmou que “a Liga dos Camponeses Pobres é um grupo que se disfarça de movimento social, mas que, na verdade, atua como organização criminosa armada”. Ele enumerou as táticas de guerrilha do grupo, suas ações violentas e ainda destacou “que abriga um elemento foragido da Justiça, com histórico de violência” e uma série de atos criminosos, além de ser membro de uma facção.
Braguin disse mais: “A narrativa de que são apenas trabalhadores lutando por terra não passa de uma mentira desmascarada, até pelo arsenal e pela violência que impõem. A LCP não é um movimento social, é uma organização criminosa que será combatida como tal”. O lema desta organização, segundo Braguin, é “Morte ao latifundiário”, o que, por si só, dá ideia de como ela atua e quais são os seus objetivos.
Após o confronto com os membros da LCP, a PM dominou a área e, nas investigações do BOPE, conseguiu localizar armas de diferentes calibres, inclusive a que usa munição de 7,62, para batalhas numa guerra. Por fim, Braguin diz que a polícia não trabalha com narrativas, mas com a verdade. “E esta é a situação que a PM enfrenta, preocupada em proteger as pessoas de bem, tanto nas cidades como no campo”. Prosseguiu: “A Polícia Militar tem se dedicado cada vez mais para ter proximidade com a população, seja nos centros urbanos como nas áreas rurais. Queremos trazer segurança ao campo, porque é dele que vêm as riquezas do nosso Estado”.
Sérgio Pires
