Forte Príncipe da Beira: Conheça o Gigante Histórico às Margens do Rio Guaporé


Considerado a maior edificação militar portuguesa construída fora da Europa, o Real Forte Príncipe da Beira é um marco histórico e cultural do Brasil Colonial. Localizado às margens do Rio Guaporé, no município de Costa Marques, a 730 km da capital Porto Velho, o forte começou a ser construído em 1775 e se tornou a maior fortificação militar das Américas, destacando-se como patrimônio nacional e o monumento mais antigo do Estado de Rondônia.

História e Engenharia Militar

Durante o século XVIII, o forte ocupava uma posição estratégica, garantindo o domínio português no Oeste amazônico e protegendo a região contra a ganância de países andinos pelo ouro encontrado na época. Sua construção envolveu cerca de 200 operários especializados, centenas de índios e aproximadamente mil escravos negros, enfrentando doenças tropicais e desafios naturais de uma região inóspita.


O Real Forte Príncipe da Beira possui 970 metros de perímetro, com quatro baluartes preparados para receber 14 canhões cada, muralhas de 7,20 metros de altura, um portal de 10 metros e 15 residências internas para abrigar os militares. Um fosso interno servia como cisterna para abastecimento da população da fortaleza. A obra custou aproximadamente 48 mil contos de réis, sob orientação da coroa portuguesa e do Marquês de Pombal, para proteger as fronteiras do Brasil contra a Espanha.

O primeiro engenheiro responsável pelo projeto foi Domingo Sambucete, italiano natural de Gênova, que trouxe experiência em engenharia militar adquirida no Maranhão antes de atuar no Mato Grosso. A construção foi concluída em 31 de agosto de 1783, tornando-se referência em engenharia militar colonial.

Redescoberta e Preservação


Após a Proclamação da República em 1889, o forte foi abandonado por décadas, sendo saqueado e esquecido até ser redescoberto em 1913 pelo almirante José Carlos de Carvalho e, em 1917, pela Inspeção de Fronteira comandada pelo Marechal Rondon. O Exército Brasileiro assumiu a guarda do local e, em 1950, o forte foi tombado como patrimônio histórico pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), sob o registro nº 395.

Um Símbolo da Identidade Rondoniense


Visitar o Forte Príncipe da Beira é mais do que conhecer uma construção histórica: é mergulhar no passado do Brasil Colonial, compreender os desafios enfrentados por quem construiu o forte e reconhecer a importância da preservação do patrimônio histórico.

💚 Preservar o Real Forte Príncipe da Beira é garantir que a história continue viva, inspirando moradores e turistas a valorizar a cultura e as raízes de Rondônia, mantendo viva a memória de uma das maiores fortificações coloniais da América.

Fotos: Daiana Mendonça