Polícia cerca mais de 100 pessoas em área de conflito agrário em Machadinho do Oeste



Pelo menos 100 pessoas estão cercadas por um grupo da Polícia Militar de Rondônia dentro de um salão localizado a cerca de 62 quilômetros da cidade de Machadinho do Oeste. As famílias participavam de uma reunião com um representante nacional do Departamento de Mediação e Conciliação de Conflitos Agrários, acompanhado de membros do Incra e do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA).

Segundo relato de representantes do MDA, a Polícia Militar pretende levar todos os presentes para a delegacia para realizar a citação judicial conforme determinação expedida por um juiz da Comarca de Machadinho do Oeste. A decisão estabelece que, após citadas, as pessoas devem permanecer a pelo menos 30 quilômetros da área em conflito.

Os representantes federais tentam negociar para evitar o deslocamento compulsório. Diante da postura considerada irredutível por parte da Polícia Militar e do temor de um confronto, integrantes do MDA informaram que já comunicaram o caso ao ministro Paulo Teixeira e também à Presidência do Tribunal de Justiça de Rondônia.

De acordo com interlocutores presentes, o governador Marcos Rocha teria sido informado sobre a situação e afirmou que não poderia interferir por se tratar de uma determinação do Poder Judiciário.

A situação no local permanece tensa, e servidores do Ministério do Desenvolvimento Agrário relatam preocupação com a possibilidade de avanço da tropa.




As fazendas Maruins e Santa Maria, localizadas no setor Tabajara, em Machadinho d’Oeste, fazem parte do espólio do empresário João Carlos Di Genio, fundador do grupo Unip/Objetivo, que morreu em 2022. As propriedades foram adquiridas na década de 1970. Representações de movimentos sociais afirmam que parte das terras seria pública e fruto de grilagem, mas essa informação não pôde ser confirmada pela reportagem.







Roberto Gutierrez/Rondoniaovivo