Homem que morreu após acidente na BR 364 iria ajudar caminhoneiro que causou a tragédia por trafegar sem sinalização

O FOLHA DO SUL ON LINE entrevistou, na manhã deste domingo, 26, o comerciante Edson Ferreira Lima, cujo filho morreu, horas antes, no Hospital Regional de Vilhena, para onde tinha sido levado após se envolver em um acidente na BR 364. Emocionado, Edson elogiou o caráter do filho e deu detalhes da fatalidade que tirou a vida dele (ENTENDA AQUI).
Segundo o entrevistado, o filho, Ederson Gonçalves de Lima, que era mecânico e tinha 28 anos, iria ajudar o motorista do caminhão que fugiu do local da colisão após o acidente fatal, provocado pela falta de sinalização na traseira do veículo.
Edson contou que, quando ia deixar um amigo em uma fazenda próxima ao seu restaurante, conhecido como “Chapéu de Palha”, instalado às margens da rodovia federal, Ederson percebeu o caminhão carregado de toras parado na porteira da propriedade, aparentando ter sofrido problemas mecânicos.
Disposto a consertar o veículo, como estava acostumado a fazer com outros que davam apresentavam defeitos naquela região, ele não encontrou o caminhão no mesmo local e decidiu seguir adiante.
Logo à frente, com a neblina e o toreiro andando devagar na pista, sem qualquer sinalização, Ederson não conseguiu evitar o choque. As marcas da frenagem indicam o esforço dele para evitar a batida fatal. Um outro caminhão, vindo no sentido contrário, também chegou bater no carro de passeio, que rodou na pista.
O pai contou, quase chorando, que chegou ao local e viu o filho agonizando, quando percebeu que só um milagre o salvaria. Com o crânio esfacelado, o mecânico, que tinha o apelido de “Cupim”, chegou com vida ao hospital, mas morreu pouco depois, em decorrência da gravidade dos ferimentos que havia sofrido.
O suposto causador da tragédia já foi identificado pela Polícia Rodoviária Federal. Ele teria alegado que deixou o local do acidente para buscar socorro, mas sequer parou no posto de combustíveis perto de onde Ederson foi deixado agonizando, preso às ferragens do Fiat Siena (a reportagem anterior sobre o episódio cogitou equivocadamente que o veículo seria um Uno).
Deixando um casal de filho (um menino de 3 anos e uma garotinha de 5), Ederson, considerado pelo pai um motorista habilidoso e um profissional prestativo, será velado na tarde de hoje na Capela Mortuária de Vilhena.
Fonte: Folha do Sul