Conheça a jovem que nasceu “na roça” em Rondônia, se formou na UNIR e acaba de se tornar promotora de justiça em Minas Gerais



Por telefone, o Folha do Sul On Line entrevistou, na madrugada desta quinta-feira (30) (único horário disponível na agenda dela, que está enfrentando um “intensivão” de treinamentos), uma jovem que nasceu na zona rural de Colorado do Oeste, e se tornou, por concurso, a nova integrante do Ministério Público de Minas Gerais.

De voz delicada, mas se expressando com firmeza e boa articulação, Gabriele da Silva Faria se formou em Direito no campus de Cacoal da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), em 2022. Hoje, aos 26 anos, prestes a assumir suas funções, a jovem e talentosa rondoniense ainda não sabe para qual das centenas de comarcas mineiras será enviada.

Após a graduação três anos atrás, a coloradense continuou morando em Cacoal, e trabalhando como assistente de um juiz da “Capital do Café”. Ela conta que chegava a estudar de 5 a 6 horas por dia, buscando conhecimento para ser aprovada no concurso do MP/MG.

Sobre sua rotina, a nova promotora de justiça (coincidentemente filha de pai mineiro), lamenta ter perdido tantos momentos bons com a família por causa dos estudos. “Foram muitas renúncias para chegar até aqui, mas tive muito apoio”, diz a entrevistada, que é a caçula dos 5 filhos do casal de agricultores de Colorado do Oeste.

“Eu estudei em escola pública de zona rural, e concluí o ensino médio no IFRO de Colorado. Acho importante frisar, porque normalmente somos muito desacreditados. Mas, com dedicação e disciplina, podemos atingir qualquer sonho. A educação realmente mudou minha vida e da minha família”, expõe a autoridade.

Além das dificuldades normais de fases muito difíceis, Gabriele também teve que arcar com passagens caras para fazer as provas do concurso em Belo Horizonte, onde está agora, na reta final da preparação para começar a trabalhar.

Aliás, sobre sua futura atuação, a “Doutora” (que dispensa esta forma de tratamento), diz focará em se aproximar da população e tentará defender os direitos dos mineiros não apenas com ações judiciais, mas através de outras iniciativas que garantam mais efetividade do MP.

Ao finalizar a entrevista, a promotora, que está noiva, diz que todo o esforço feito por ela valeu a pena. “Quero dar voz à população, e mostrar que o Ministério Público não é um órgão que só acusa. Somos uma instituição de governo que fiscaliza o próprio governo”.



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