Logo no início de seu discurso, Confúcio citou o artigo “Coisas que acontecem num certo país infeliz”, assinado pelo jornalista Pedro Cafardo e publicado no jornal Valor Econômico. O senador esclareceu que sua análise não se dirige a um governo específico, mas a um Brasil que, segundo ele, parece ter perdido a capacidade de sonhar, planejar e construir um futuro melhor. Um país, nas suas palavras, preso a ciclos de frustração, desconfiança e desesperança.
Confúcio descreveu a rotina emocional do brasileiro como uma montanha-russa: momentos breves de otimismo seguidos por longos períodos de desilusão. “O brasileiro trabalha, luta, mas sente que o país não avança. As boas notícias são passageiras e, logo, o risco de retrocesso reaparece”, lamentou. Para ele, a crise não é apenas econômica: é também moral, institucional, social e, acima de tudo, uma crise de esperança.

Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
O senador foi além das fronteiras nacionais e apontou que o Brasil também sofre os reflexos de uma crise global. Destacou o agravamento de conflitos internacionais, a transformação da violência física em violência digital e o aumento da intolerância política em escala mundial. Criticou ainda os ataques à democracia, o papel nocivo das redes sociais na disseminação do ódio e a fragilidade das instituições internacionais.
Ao olhar para dentro do país, Confúcio apontou os efeitos dessa instabilidade global somados às feridas internas: impeachments sucessivos, polarização extrema, ataques ao STF, questionamentos ao Congresso e uma sociedade civil cada vez mais exausta e cética. Em meio a esse diagnóstico, fez um questionamento direto e angustiante: “Quem está cuidando de nós? Quem pensa no futuro? Existe luz no fim do túnel?”
A resposta, segundo ele, é sim: há sinais de recuperação. Confúcio citou a queda do desemprego, o controle da inflação e avanços técnicos – como o combate à gripe aviária – como indícios de que o país é capaz de vencer desafios. No entanto, fez uma ressalva: esses avanços ainda não chegam às periferias, aos jovens excluídos e às famílias mais pobres.
Encerrando seu pronunciamento, o senador reforçou sua convicção de que a única saída verdadeira é a educação. “Não há milagres. Não existem salvadores da pátria. Sem um pacto educacional sério, permanente e corajoso, não romperemos esse ciclo de desesperança”, afirmou. Segundo Confúcio Moura, a educação é a arma mais poderosa para formar cidadãos críticos, éticos e conscientes, além de criar oportunidades reais e devolver esperança ao povo brasileiro.
“É a educação que pode colocar o Brasil de pé novamente, resgatar a capacidade de formar nossas crianças, jovens e adultos esquecidos pelo sistema educacional”, concluiu.
Assessoria